Hormônios em animais: verdade ou mito?

No mundo, são 7 biilhões a consumir (alguns muito, alguns muito pouco) e não sei quantos, mas poucos, a produzir. Por isso se desenvolveram a agricultura e a criação de animais modernas. É um mal necessário atualmente visto a falta de pessoas dispostas a plantar ou criar e às muitas dispostas a consumir. Questão de sustentabilidade. Para tanta gente comer carne, frango, peixe ou ovos, os criadores desenvolvem técnicas modernas para que possam produzir enormes quantidades da melhor maneira possível. É óbvio que as condições de vida e alimentação destes animais estão longe de ser as da natureza, e assim como acontece com seres humanos, eles têm o metabolismo alterado. Na agricultura, foram desenvolvidos milhares de químicos que ajudam as plantações a crescerem mais rápido, sem perdas, maiores e mais bonitas. Quase nenhum destes produtos tem seu efeito pesquisado em humanos a longo prazo antes de ser usado e alguns, usados na década de 50 em diante, são comprovadamente nocivos à saúde humana e, apesar de proibidos, continuam sendo usado ilegalmente mundo afora.

Todos os seres vivos do planeta já são contaminados por venenos e quando, na cadeia alimentar, um ser come o outro, ele absorve estes venenos e acumula-os em seu organismo. No caso dos animais, há uma progressão de geração em geração, já que muitos produtos são impossíveis de eliminar e a quantidade vai aumentando também por transmissão da mãe para o feto. Estima-se que um bebê humano nasça com mais de 200 produtos químicos diferentes, antes mesmo de ter contato com o mundo externo, todos herdados da mãe.

A ração dada aos animais possui muitos químicos, não inseridos pelos criadores, mas sim na matéria prima da frangoração dada a eles. Muitos destes produtos são chamados de “disruptores hormonais”. Eles não são hormônios, mas as moléculas muito parecidas mandam mensagens de crescimento para nossas células assim como os primeiros. Para crescer, qualquer animal necessita destas mensagens hormonais, não tem outro jeito. E quanto mais mensagem, mais rápido se cresce. Pior ainda, as toxinas também se ligam no DNA alterando a forma e velocidade com que as células se multiplicam, algo bem mais profundo que o efeito dos hormônios. De geração para geração de bois, frangos ou peixes, os criadores selecionam aqueles com melhor genética, que crescem mais rápido. O que define a genética destes animais é justamente seu grau de intoxicação ou alterações do seu metabolismo (como o stress) que fazem com que eles mesmos produzam mais hormônios. Como explicado anteriormente, os químicos acumulam, por isso os animais crescem cada vez mais rápido, com disruptores hormonais (que imitam hormônios). Não tem como crescer mais rápido ou ficar maior apenas por escolha de nutrientes. Um bebê que come mais pode até ficar gordinho, mas não vai crescer mais rápido que qualquer outro.

Os animais que comemos não são inoculados com hormônios, obviamente. Isto seria inviável por vários motivos. Mas eles possuem um acúmulo de substâncias que alteram seu funcionamento e fazem efeito de hormônio. Quando comemos a carne, ingerimos estes tóxicos e o efeito deles no nosso corpo vai ser semelhante. É bem pior  que hormônios. Se só tivessem hormônios, nosso sistema digestivo e fígado processariam quase tudo. Só que DDT, Dioxina, Glifosato, Atrazina e milhares de outros aditivos e pesticidas de nome esquisito são também esquisitos para o organismo de qualquer ser vivo e acabam fazendo mal. Atuam como hormônios em excesso e trazem adolescência precoce, câncer, infertilidade, entre muitas outras doenças.

Quando se fala que os animais “tem hormônios” está se fazendo um resumo simplificado de tudo isso, já que a explicação é longa e complicada e embasada em uma ciência complexa chamada nutrigenômica. Correto seria dizer “tem disruptor hormonal” mas isso poucos entenderiam. Os animais são modificados geneticamente sim, não por seus criadores, mas pela natureza poluída em que eles e nós mesmos vivemos.

A solução para este problema é difícil e depende de todos. Não é culpa do produtor, nem do criador. Não fosse por eles, a maioria das pessoas passaria fome, já que quase ninguém produz. É preciso que se corrija a questão de sustentabilidade e todos se sintam responsáveis pelo planeta e pela produção de algum tipo de alimento, mesmo que em pequena quantidade. Enquanto o problema não é resolvido, quem busca saúde e prevenção precisa mesmo “limpar” o organismo com dietas desintoxicantes e depois tentar se intoxicar o menos possível comendo plantas ou animais criados de maneira mais natural, que sejam menos estressados ou intoxicados. Vaca que come grama, frango que come minhoca, peixe que come alga ou camarão.

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